Queira o público ou não, Katy Perry está entregando uma era completa – com direito a singles que precederam o álbum, visuais, um megashow no Rock in Rio 2024, turnê e divulgação ‘afiada’. Apesar de todo o esforço que tem se notado, o disco estreou com nota 38 no Metacritic, não emplacou nenhuma de suas faixas na parada das mais tocadas do Spotify à época do lançamento e se viu envolto em uma maré de críticas negativas. Ainda assim, a cantora parece engajada em fazer a era reverberar e inclui, em seu cronograma, uma turnê a ser iniciada em junho de 2025. Relembre os pontos altos e baixos de “143”!
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Pontos altos
Divulgação turbinada
Depois de alguns anos se dedicando à TV, no “American Idol”, e mais afastada da música, lançando um single ou outro em intervalos bem espaçados, Katy Perry parecia estar com ‘sangue nos olhos’ para entregar uma era completa, com início, meio e fim. Antes mesmo de anunciar o lead single, “WOMAN’S WORLD”, a cantora já vinha dando pistas e dicas do que estaria por vir.
Engajada a promover o “143”, Katy fez de um tudo, de presença VIP em boate na Europa até ir dar close na Semana de Alta-Costura com um vestido que trazia impressa a letra completa de “WOMAN’S WORLD”.
VMA 2024: “Vanguard Award” e performance de hits
Mais uma vitória da era “143”! No último dia 11 de setembro, uma semana antes de lançar o novo álbum, Katy recebeu a honraria máxima do VMA 2024, arrematando o “Vanguard Award”. Além de levar o astronauta para casa, a artista fez uma megaperformance no palco principal, relembrando alguns dos maiores hits de sua carreira, mas imprimindo a estética da nova fase. Na ocasião, ela também performou pela primeira vez a faixa “I’M HIS, HE’S MINE”, ao lado da rapper Doechii.
Primeiro show da era para uma multidão no Rock in Rio 2024
O retorno da artista aos palcos foi triunfal, ocasião que marcou, ainda, o primeiro show da era “143”. Katy deu duro nos ensaios ao lado de seu corpo de ballet e produção para entregar um show único, que só pôde ser visto uma vez, no Palco Mundo do Rock in Rio 2024. Ela foi a headliner do dia 20 de setembro, o Dia Delas, em que o line-up é totalmente formado por mulheres.
Assim como fez em 2011 e 2015, a cantora trouxe um show apoteótico ao festival, repaginando hits que atravessaram sua carreira, como “Teenage Dream”, “I Kissed A Girl” e “California Gurls”, mesclando-os às faixas do “143”. E, tudo isso, diante de um público de aproximadamente 100 mil pessoas. E detalhe: os astros estavam tão alinhados que os ingressos para o dia do festival esgotaram em 01h43min!
A recepção calorosa dos fãs no lançamento do “143”, que rolou no Brasil!
Katy escolheu celebrar o lançamento do álbum ao lado dos fãs brasileiros, o que ela fez questão de enfatizar várias vezes. A cantora disse que eles eram os fãs capazes de cantar as novas músicas, a plenos pulmões, ainda que fossem lançadas poucas horas antes do show. O disco chegou aos tocadores 24 horas antes de Katy subir ao Palco Mundo do Rock in Rio, no último dia 20.
Em passagem pelo país, a artista atendeu os fãs e distribuiu pizza na porta do hotel, fez uma listening party do álbum em plena Cidade do Rock, fez um photoshoot no Cristo Redentor e ainda gravou participação em programas como o “Estrela da Casa” e o “Mais Você”, da TV Globo.
Performance na final da Australian Football League para mais de 100 mil pessoas
Uma semana após sua apresentação no Rock in Rio, Katy foi a grande atração da final do campeonato de futebol australiano Australian Football League. Direto do estádio Melbourne Cricket Ground, a artista selecionou alguns de seus hits para apresentar a um público de mais de 100 mil pessoas. Do “143”, ela contemplou as faixas “LIFETIMES” e “GORGEOUS”.
Turnê com mais de 125 mil ingressos vendidos – e tudo isso só na primeira etapa!
Por falar em Austrália, é lá onde a cantora dará início à turnê do “143”, a qual ela batizou de “THE LIFETIMES TOUR”. A empreitada foi anunciada originalmente com 5 datas e, em questão de poucos dias, a agenda se estendeu para 13 apresentações, incluindo sold out em algumas delas e shows extras. O primeiro deles acontece em 9 de junho, e todo o mês está recheado de apresentações – por enquanto, só para os fãs australianos.
Pontos baixos
Envolvimento de Dr. Luke na produção do álbum
O amargor em torno da era “143” começou a ser sentido ainda em junho, logo depois que Katy anunciou oficialmente “WOMAN’S WORLD”, o carro-chefe do disco. Internautas descobriram a ficha técnica do single, incluindo a presença de Dr. Luke como produtor.
A cantora enfrentou uma onda de críticas por sua escolha, uma vez que Dr. Luke protagonizou uma longa batalha judicial com Kesha após ter sido acusado de drogar e estuprar a artista. Para internautas e até mesmo muitos fãs de Perry, o que soou mais irônico é ele assinar a produção de uma música que fala sobre feminismo. Pressionada pelo público, a cantora chegou a justificar a parceria com o produtor, no entanto, não convenceu o grande público.
Investigação por crime ambiental nas gravações do clipe de “LIFETIMES”
Após ser ‘bombardeada’ de críticas pelo single “WOMAN’S WORLD”, que acabou não vingando nas paradas e que se apresentou ao público cheio de controvérsias, Katy cravou “LIFETIMES” como segundo single do projeto, lançando um clipe para a música nos primeiros dias de agosto.
O que ela não esperava, porém, era virar alvo de uma investigação aberta pelo governo espanhol para averiguar se as filmagens do clipe da música provocaram danos às dunas protegidas de S’Espalmador, nas Ilhas Baleares. O Departamento do Ambiente Natural do Governo das Baleares teria informado que a cantora e sua equipe não foram autorizados a gravar no local. Vish!
Críticas e charts
O “143” estreou em 6º lugar na Billboard 200, a principal parada de álbuns do mercado norte-americano, com 48 mil cópias vendidas na primeira semana, nos Estados Unidos. Logo na estreia, a cantora não conseguiu emplacar nenhuma das 11 faixas na parada principal do Spotify. Enquanto isso, ela foi duramente criticada por especialistas em crítica musical.
Variety
“Efetivamente, ‘143’ elimina os resquícios da personalidade alegre que catapultou Perry ao estrelato do início de 2010. O álbum é plano, navegando em cascatas de clichês líricos e ideias musicais que raramente atingem o auge. Em muitas de suas 11 músicas, Perry parece insatisfeita e distante, como se tivesse acabado de dar um soco entre as gravações do ‘American Idol’. Pouco da inteligência astuta que encorajou alguns de seus maiores sucessos aparece no álbum, um decepcionante afastamento do conhecimento que ela uma vez exalou com tanta facilidade.”
The Guardian
“E esse é o grande problema do ‘143’: Parece um pouco fora de tempo, um álbum pop medíocre comum com a infelicidade de ser agendado na sequência de ‘BRAT’, de Charli XCX, ‘The Rise and Fall of a Midwest Princess’, de Chappell Roan e ‘Short N’ Sweet’, de Sabrina Carpenter, um trio de álbuns desordenadamente inventivos e de enorme sucesso que, coletivamente, sugerem que ocorreu uma certa elevação do padrão pop. O que antes teria sido suficiente, pelo menos comercialmente, agora não será: o fato de sua autora e sua equipe não terem notado parece muito mais intrínseco à queda do ‘143’ do que escolhas questionáveis de colaborador, vídeos falhando ou mesmo danos às dunas de areia de S’ Espalmador.”
NME
“O resultado é um disco que às vezes acerta o alvo, mas raramente deixa uma impressão duradoura. Os fãs de pop gostam de ressuscitar álbuns ‘fracassados’ que receberam pouca atenção quando foram lançados: o malfadado álbum da trilha sonora de Mariah Carey, ‘Glitter’, e a miscelânea sonora de Christina Aguilera, ‘Bionic’, ambos se tornaram uma espécie de clássicos cult. Mas mesmo esse destino parece improvável para ‘143’, uma coleção útil, mas um pouco monótona, na qual Perry luta para realocar seu antigo senso de diversão.”
The Independent
“Tudo no ‘143’ – o número de letras ‘Eu te amo’ em um pager – parece dolorosamente desatualizado, impregnado de um mal-entendido sobre a nostalgia dos anos 90 que permeia grande parte da cultura de 2020. A maioria das músicas é impulsionada por batidas influenciadas pelo house, arrastando o disco para um atoleiro de graves pesados.”
“Perry estava sempre no seu melhor quando estava brincando. Em seu apogeu, essa atitude transpareceu em bops irônicos como ‘California Gurls’ e ‘I Kissed a Girl’. Em ‘143’, isso foi substituído por um cansaço (ou talvez cautela) em relação à indústria que ela antes dominava. A maioria das músicas aqui tem uma hesitação subjacente, preocupada demais com suas aspirações comerciais para se divertir de verdade.”
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