Strike a pose, vogue. Madonna alcançou o topo das paradas e ganhou prêmios com a música “Vogue” nos anos 1990. O estilo de dança ‘voguing’ ficou muito associado à rainha do pop, mas o filme “Salão de Baile: This is Ballroom”, em cartaz nos cinemas, joga holofote na real origem dele. Em uma das cenas, u artista Legendary Mother Ayo Ewà se veste como a popstar e dispara:
“Apropriadora! Princesa Isabel do Ballroom! Sabe qual é o pior? É que tem gay que acredita nisso até hoje, mona. Só que a gente tem que se atentar pra essas Madonna aí, entendeu? E tirar ela desse lugar”.
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O documentário é um mergulho na cena ballroom do Rio de Janeiro, protagonizada por pessoas pretas e LGBTQIAPN+, na trilha da cultura criada na década de 1970 em Nova York. O ‘voguing’, esse estilo de dança típico do ballroom, ganhou visibilidade a partir dos anos 1990, por conta, sim, de Madonna. Mas sua origem é periférica.
(Foto: Divulgação)
Filme está em cartaz nos cinemas
Dirigido por Juru e Vitã, “Salão de Baile: This is Ballroom” busca retratar e resgatar essa essência. “Temos equipe de direção inteira feita por pessoas ballroom, direção de arte inteira de ballroom, equipe de produção 50% ballroom. Essa proximidade fez com que a gente construísse um retrato muito singular da cena, e acho que isso tem sido reconhecido pelo júri e pela crítica, tanto lá de fora quanto daqui”, conta u diretore Juru.
“A ballroom é um lugar de potencialização desses corpos dissidentes, um espaço criado por e para pessoas trans e pretas, especialmente, poderem resistir às opressões e celebrar suas existências”, completa.
(Foto: Bruna Trindade)
O filme foi exibido em festivais de mais de 15 países e ganhou prêmios na Alemanha, em Portugal e na Noruega. Recentemente, compôs a programação do Festival do Rio, onde recebeu os troféus de melhor montagem (para Peterkino) e menção honrosa do Prêmio Félix, voltado para produções LGBTQIAPN+.
